Quem é Rita Schumann

Sou professora das Línguas Portuguesa e Inglesa na rede municipal e trabalho na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional - setor de Educação.Casada e mãe de um filho maravilhoso de 1 ano e 2 meses, que suga minhas energias e isso faz muito bem. A energia que ele suga parece que se multiplica, quanto mais ele suga mais eu me energizo. Acredito que deve ser o amor.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Produção Textual Argumentativo abordando língua, cultura e práticas sociais; Língua e exclusão.

Joaquininha
Rita Schumann

Criada no interior
Mãos calejadas
Erres brandos... fortes...arrastados
Diferente... muito diferente dos demais
Filha de imigrantes italianos e
Exemplo desta
Família tradicional

Andando pela rua
Sorridente... cantarolando ...
Às vezes até gritando...
Herança de família
Feliz, muito feliz...
Sonho realizado “Ir à escola”

Chegou...
Triiiiiiiiiiimmm.... o sino a tocar
O cheiro de material novo
A fila comprida
Os alunos a gritar

A professora chega
Convida-os a entrar
Todos a se apresentar
Chega a vez de Joaquininha
Que desilusão todos a rir e a zoar

Joaquininha naquele momento deixa de sorrir
E a escola passa de sonho a pesadelo
As crianças, de novos amigos a monstrinhos.
E a professora?

A professora intervém
De forma amável e gentil
Legal, Joaquininha!
Como é bom tê-la conosco.
Apresentou-se bem. Parabéns!

Sua história me interessa
Lembro-me da época que vim do interior
Sua forma de falar é a minha de criança
Quero saber mais de sua vida.

Joaquininha envergonhada não sabia o que falar
Mais os olhos da professora, fizeram - na encorajar.
Em pouco tempo conta a sua história
E os “monstrinhos” a questionar

A professora naquele momento
O coração marcou
E o respeito dos colegas retornou
De monstrinhos voltaram a crianças

Ah, a professora se espelhava em mim!
Quem não iria querer se espelhar?

De horror retornou o sonho
E a escola marca registrada.
A professora, talvez não saiba.
Será sempre lembrada

Obrigada, professora
Por respeitar a diferença
E intervir naquele momento
Hoje, sou professora.
E a tenho com exemplo!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Provérbio revisto

Newton de Lucca
A voz do povo

é a voz de Deus...

Que povo?

Que Deus?
O que beijou Stálin?

O que delirou com Hitler?

Ou o que soltou Barrabás?

(Será que Deus já não teria se enforcado em suas próprias cordas vocais?).

Texto argumentativo(predominante) - provérbios

DIZER E FAZER
Pais e filhos
Direitos e Deveres
Dizer e fazer
Modelos, ídolos
Certo ou errado.
Televisão? Melhor!
Conversas? Nem pensar!
Escola? Professora, Eduque!
A que categoria pertences?
A que cobra o certo e faz errado?
A que faz errado, sabe e não liga?
A que exige o certo?
A que erra e não admite erros?
A que diz e faz o dito, pelo menos acredita nisso?
Ah! Não lembro que meu filho existe.
Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

GESTAR II - Camboriú

Começou nesta segunda-feira (20/07), em Balneário Camboriú, a 2ª etapa da formação de formadores do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - GESTAR II. A capacitação vai até o dia 24 e é destinada aos professores de Língua Portuguesa e Matemática das últimas séries do Ensino Fundamental da Rede Pública Estadual.
Cerca de 260 formadores e coordenadores do Programa estãopresentes trocando experiências em grupos e fazendo uma análise crítica das práticas em sala de aula, avançando na prática e Oficinas com os professores por regional. As atividades individuais e coletivas, presenciais e a distância, dos professores cursistas estão sendo coordenadas por um formador qualificado especialmente para atuar no GESTAR II.
Trata-se de uma formação continuada com o objetivo de aprofundar e aprimorar as práticas pedagógicas. A última etapa da capacitação está prevista para o final do ano.
Ao total serão 300 horas de curso, somando 96 horas presenciais e mais 204 na modalidade a distância. O GESTAR II é um programa conjunto do Ministério da Educação (MEC), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Secretaria de Estado da Educação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Memorial Descritivo

Memorial Reflexivo – Rita Schumann – GESTAR II

Sou a quinta filha de uma família de seis irmãos – cinco mulheres e um homem, seriam pelo certo seis mulheres mais uma faleceu próximo de completar um ano de idade. Meu pai, hoje falecido, era autônomo – sempre trabalhou com terra e gado e minha mãe, uma senhora digna de ser chamada senhora do lar. Nasci no ano de 1971 em Caçador – SC que moro até hoje.

Iniciei minha trajetória escolar no ano de 77, direto na 1ª série, sem pré-escola, na rede estadual de ensino. Lembro-me que era muito aplicada, esforçada, participava de todas as atividades propostas pela escola e o que a professora dizia, para mim era lei.

A professora nunca tinha o porquê chamar minha atenção, mas quando acontecia delas chamarem a atenção de algum dos meus colegas eu ficava com medo, pois poderia acontecer comigo também, e quando estas chamadas eram freqüentes, a resposta do meu organismo era uma enorme dor de barriga para não precisar ir à aula; quando ia, ia chorando... Deixava minha mãe muito preocupada, pois ela me dava todos os chazinhos que podiam ser dados para eu melhorar e como não tinha jeito, procurou o médico que nada encontrou, pois a minha dor era medo.

Chegava à escola, a merendeira me esperava com um chazinho quentinho não sei se era chá ou se era água morna com açúcar, mas às vezes o chazinho tinha cor, quando eu não ia até ela, ela vinha até mim, jamais esquecerei da Guerta.

Uma das minhas irmãs levava-me para a escola e quando chegava ao morro, ela deixava que eu fosse sozinha, eu subia o morro chorando e de vez em quando olhava para trás e lá estava ela, chorando também, me dava um aperto muito grande no peito e esse aperto aumentava quando chegava à escola e sentia o cheiro de material escolar novo. Hoje, engraçado, quando sinto este cheiro parece que o sentimento da época reaparece.

Uma das vezes que me deu uma “dor de barriga” horrível foi quando a professora utilizou uma das suas ferramentas de trabalho – o livro – para dar, acredito que devagar, mas com fisionomia de poucos amigos, na cabeça de um coleguinha. Não contei nada em casa, mas meus pais percebiam que eu não estava feliz, foram até à escola, falaram com a diretora e solicitaram que me mudassem de sala para ver se eu melhorava, e o fizeram... Tudo endireitou, estudei nesta escola até a 8ª série (primário e ginásio).

As leituras desta época eram na maioria das vezes Contos de Fadas, alguns clássicos... Não lembro de nenhuma leitura que tenha marcado minha trajetória escolar desta época a não ser as que lia por conta e risco e a cartilha pela qual fui alfabetizada “O Barquinho Amarelo” – esta realmente me marcou, lembro-me até de detalhes, como se fosse hoje : “...a galinha Cocota...” ‘...o barquinho na água, pra lá...prá cá”; “...as bolhas de sabão”.

Nos últimos anos do Ensino Fundamental, a biblioteca fora para mim, além do lugar de fazer pesquisas, para pegar livros e lê-los para apresentar o resumo à professora.

Tive da 5ª a 8ª séries a mesma professora de Língua Portuguesa, muito boa, bastante tradicional, mas muito competente e responsável, mas a forma dela cobrar que lêssemos era através das fichas de leituras, era a forma que ela achava correto, mas nós líamos... tenho certeza que ela fez o melhor que sabia porque demonstrava pelos exemplos que respeitava a profissão que exercia.

O 2º grau (como se falava) cursei Magistério, na rede privada, já não mais com meus colegas, poucos continuaram a estudar, os que continuaram fizeram outros cursos e os demais, aqueles que não continuaram a estudar e que tive a oportunidade de rever, casaram cedo e tiveram vários filhos...nem todos viveram felizes para sempre.

Recordo-me que muitos, a maioria, dos professores faziam maravilhas em suas aulas e outros, ainda bem que a minoria, não se importava muito com o tipo de aula (davam 20 perguntas do conteúdo para estudar e destas 20 cobravam 10 na prova e eu tirava dez, como também acontecia com alguns do ensino fundamental, e nós, alunos, achávamos estes professores bonzinhos, “ainda bem que atualmente isto não ocorre mais”!) Mesmo assim, agradeço a todos, pois os bons - através de suas condutas – me ensinaram como fazer, os não tão bons, me ensinaram como não fazer.

Esta fase foi realmente quando aprendi a didática profissional. Atividades voltadas especificamente à prática pedagógica, o que e como se ensinar: planejamentos... diários...objetivos...metodologias...estratégias...repartir, escrever e apagar o quadro...confecção de materiais didático...propostas pedagógicas...pensadores... Percebo que isso falta em alguns dos nossos colegas que não fizeram o Magistério, pois a graduação não nos ensina esta prática. Neste período a leitura era direcionada ao suporte pedagógico, teorias educacionais e similares.

Não sei bem se foi no final do ensino fundamental ou no Ensino médio que recordo de um livro que li que para mim não foi uma leitura e sim um pesadelo, contava as linhas para que terminasse – O Guarani – para mim um enredo muito “ meloso”, quase me dava ânsia e por incrível que pareça, nesta semana que passou conversando com uma colega professora de Língua Portuguesa e falando dessa leitura que me marcou negativamente, ela me disse que foi um dos livros que mais gostou de ler, fabuloso. Pensei que devo rever meus conceitos, quem sabe criar coragem e lê-lo novamente, acredito que quando o li não estava preparada para esta tipologia textual.

Até então, não sabia se queria ser professora, mas continuei o estudo com algumas das minhas amigas do 2º Grau. Terminei o 2º grau com 17 anos e iniciei o Curso de Pós-Médio em Adicional em Pré-Escola – na FEARPE e fiz como no 1º grau, boas e duradouras amizades, algumas vindas do 2º Grau. Quando findou o curso não sabia se queria fazer Pedagogia ou Letras, acabei fazendo Letras, pois algumas destas amizades conquistadas fariam também e me convenceram que não havia mais campo de trabalho para os pedagogos.

Agradeço a estas amizades, pois me sinto realizada nesta escolha.

A leitura nesta época, Pós-Médio e Graduação, era muito prazerosa, voltei a ler contos de fada... livros escolhidos a dedo...minha professora era a Olga Fedechen, iniciou como minha professora de Literatura Infantil e continuou na minha graduação, da primeira até a última fase do Curso de Letra, na Universidade do contestado, antiga FEARPE, como professora de Língua Portuguesa. Esta professora sabia realmente o que queria, cobrava muito e repetia sempre “Para o aluno isso não é necessário, mas todo o professor deve saber a estrutura da língua que vai ensinar” - “Como ensinar se não sabe?”

Esta professora ficará eternizada, em suas palavras e ações demonstrava o respeito e carinho pela sua profissão. Respeitada, muitas vezes odiada, mas não deixava de forma nenhuma de ensinar e de cobrar resultados. Com esta disciplina e professora, retornamos a refletir a prática pedagógica, a conduta e a ética profissional. Séria, considerada tradicional, mas para mim um exemplo de consciência e compromisso com a educação. Líamos todos os gêneros e tipos textuais, trabalhávamos também a gramática – ela conceituava a gramática como o esqueleto da nossa língua. Não aceitava desculpas. Quer ser professor? Estude. Professor que não estuda não tem argumentos para querer que seu aluno estude. Professor que não gosta de ler não consegue estimular o gosto pela leitura.

Em muitas vezes ao ler um livro, sentia-me o personagem dele, tanta era a interação.

Atualmente, sou Professora efetiva 20h na rede municipal de ensino de Caçador e 40h na Secretaria de Desenvolvimento Regional/GERED na mesma cidade. Leio tudo que quero e gosto. Não sei e não quero aprender a entrar numa sala de aula sem um planejamento e um objetivo. Gosto e acredito no que faço. Quero uma educação cada vez melhor e qualificada e tenho plena consciência de que isso depende de cada um e de todos.

Formadora Rita - Caçador

Formadora Rita - Caçador

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